Descubra o que é blockchain, como funciona e por que essa tecnologia está transformando pagamentos, finanças e diversos setores da economia.






A tecnologia blockchain vem ganhando grande protagonismo na última década, muito devido à ascensão das criptomoedas, como o Bitcoin e Ethereum, que tiveram crescimento significativo e dominaram as pautas sobre investimentos em todo o mundo. Porém, a tecnologia de blockchain vai além das moedas digitais, e está servindo como estrutura importante para múltiplas finalidades, por exemplo, pagamentos internacionais.
A usabilidade do blockchain vem crescendo significativamente e as previsões para os próximos anos são ainda mais otimistas. Segundo o Statista e outros relatórios de mercado, os gastos globais com soluções baseadas em blockchain devem atingir a casa dos US$ 400 bilhões até 2030, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) estimada em 64,2%.
Esse crescimento é impulsionado pela adoção crescente por empresas, para diferentes casos de uso, como validação de dados, gestão de cadeias de suprimentos, pagamentos cross-border e o desenvolvimento de moedas digitais de bancos centrais (CBDCs).
Mas o que é exatamente blockchain e o que faz essa tecnologia ser tão disruptiva? Neste artigo, vamos explorar essa inovação que está transformando diversos setores da economia, desdobrando os seguintes tópicos:
Blockchain, ou em português, cadeia de blocos, é uma estrutura de dados distribuída e inalterável que registra transações de forma segura, transparente e descentralizada. A tecnologia blockchain ganhou destaque inicialmente com o Bitcoin no ano de 2009, quando Satoshi Nakamoto minerou as primeiras unidades da criptomoeda.
A grande inovação dessa tecnologia está na descentralização, pois ela elimina a necessidade de uma autoridade central, como instituições bancárias ou cartórios para validar as transações.
A tecnologia blockchain vai muito além do que um simples banco de dados. Em termos simples e acessíveis, trata-se de um livro-razão digital compartilhado entre diversos computadores, onde cada informação registrada torna-se permanente e verificável por todos os participantes da rede. Cada nova transação é agrupada em "blocos" que se conectam cronologicamente, formando uma rede de dados criptografados.
Embora os conceitos básicos da tecnologia blockchain tenham sido descritos pela primeira vez em 1991 por Stuart Haber e W. Scott Stornetta, foi apenas em 2008 que ganhou notoriedade mundial. Naquele ano, uma pessoa ou grupo usando o pseudônimo Satoshi Nakamoto publicou o artigo "Bitcoin: A Peer-to-Peer Electronic Cash System", estabelecendo as bases do que viria a ser a primeira blockchain funcional.
O primeiro bloco da cadeia, chamado de Gênese, foi minerado em 2009, marcando oficialmente o nascimento da tecnologia blockchain moderna e da criptomoeda Bitcoin.
A descentralização das transações foi o principal fator revolucionário da tecnologia blockchain, pois pela primeira vez tornou-se possível realizar transações sem intermediários, como bancos, governos, entre outros. Os próprios participantes da rede realizam a verificação, validação e armazenamento dos dados.
Outro fator importante é relacionado à segurança. Como não é possível alterar sua estrutura de dados, o blockchain se torna praticamente impossível de hackear, fazendo da tecnologia ideal para a confiança no mundo digital.
O fator da alta segurança torna possível diversas aplicações que vão além das criptomoedas, como contratos inteligentes, votações eletrônicas, gestão de identidade, rastreamento de produtos e muito mais.
Conforme estudos realizados pelo Banco Santander, o sistema blockchain pode eliminar até 20 bilhões de dólares de custos bancários, demonstrando seu potencial transformador no setor financeiro e em outros diversos segmentos.
Precisamos analisar a estrutura básica do blockchain para entender efetivamente como a tecnologia funciona.
Cada bloco do blockchain contém um conjunto de transações e está criptograficamente ligado ao bloco anterior, formando uma cadeia inalterável alinhada de forma cronológica.
Esse encadeamento funciona como páginas numeradas de um livro contábil digital. Quando uma transação ocorre, ela é registrada como um bloco de dados que inclui diversas informações sobre quem participou da operação, quando e onde ocorreu, o valor transacionado, entre outros dados.
O hash é uma peça fundamental quando o assunto é segurança na tecnologia blockchain. Se trata de uma função matemática que realiza a conversão de informações em uma sequência única de números e letras. Cada bloco contém seu próprio hash e o hash do bloco anterior, criando uma conexão criptografada entre eles.
Se qualquer informação dentro de um bloco for alterada, seu hash mudará completamente, o que evidencia tentativas de manipulação, e também afeta todos os blocos subsequentes, comprometendo toda a cadeia.
O mecanismo de consenso é o conjunto de regras que todos os participantes da rede devem seguir para validar transações. Existem diferentes tipos, como Prova de Trabalho (PoW), usado pelo Bitcoin, e Prova de Participação (PoS), adotado pela Ethereum. Esses mecanismos resolvem os chamados "problema dos generais bizantinos" ou “problema dos dois generais”, garantindo que, mesmo sem confiar uns nos outros, os participantes possam chegar a um acordo sobre a validade das informações da transação.
Com os dados criptografados imutáveis e regras de consenso, segurança e transparência são pilares importantes da rede blockchain. Todas as transações são visíveis para os participantes da rede, permitindo auditoria e verificação contínuas. Ademais, o sistema distribuído armazena as informações em diversos computadores simultaneamente, eliminando pontos únicos de falha.
Existem quatro tipos principais de blockchain, cada um com suas próprias características e aplicações. A escolha do tipo mais adequado depende das necessidades específicas de cada projeto, considerando fatores como privacidade, descentralização e eficiência.
Blockchain pública é uma rede aberta e totalmente descentralizada, onde qualquer pessoa pode participar sem necessidade de permissão ou autorização prévia. Nesse modelo, todos os participantes possuem uma cópia completa do registro de transações, e a validação é realizada através de um consenso distribuído. Bitcoin e Ethereum são os exemplos mais conhecidos deste tipo de blockchain.
Entre as vantagens, destacam-se a alta descentralização, transparência e segurança aprimorada pelo consenso distribuído. Contudo, apresenta desempenho limitado justamente devido à necessidade de validação por consenso global, resultando em transações mais lentas e custos mais elevados.
Diferentemente da pública, a blockchain privada funciona como uma rede fechada, controlada por uma única entidade e com acesso restrito. Este modelo é ideal para controle de processos internos de organizações.
As vantagens incluem maior escalabilidade, melhor desempenho e controle sobre a privacidade dos dados. Por outro lado, a centralização pode comprometer a transparência e a segurança, além de envolver custos de manutenção mais elevados.
A blockchain permissionada ou híbrida combina elementos dos modelos público e privado. Nela, o acesso é controlado por uma camada adicional de segurança, permitindo que apenas usuários autorizados realizem determinadas operações dentro do sistema.
Este tipo oferece maior flexibilidade, permitindo definir quem pode acessar determinados dados e quais funções cada participante pode desempenhar. É especialmente útil para empresas que precisam compartilhar informações sensíveis de maneira controlada.
A blockchain de consórcio é uma rede gerenciada por múltiplas organizações. Nesse modelo, o processo de consenso é controlado por um grupo predefinido de participantes, como corporações de um mesmo setor.
Esta abordagem permite que várias organizações colaborem em uma rede segura e confiável, com maior transparência nos processos compartilhados. No entanto, o controle compartilhado pode tornar a tomada de decisões mais complexa e reduzir a eficiência em alguns casos.
A tecnologia blockchain já ultrapassou o universo de investimentos e atualmente revoluciona diversos setores com aplicações práticas que demonstram seu potencial transformador, elevando a eficiência e transparência e diminuindo a incidência de fraudes.
O DeFi (Finanças Descentralizadas) utiliza blockchain para criar serviços financeiros sem intermediários. Ademais, contratos inteligentes automatizam empréstimos e pagamentos, enquanto os usuários fornecem liquidez através de uma rede compartilhada. Esta revolução financeira também está sendo explorada por instituições tradicionais, como bancos que integram stablecoins para minimizar os efeitos da volatilidade e agilizar pagamentos.
Na logística, o blockchain cria um registro transparente sobre cada etapa do produto, desde o local de origem até o seu consumidor.
Empresas como Walmart e IBM já desenvolveram sistemas para o rastreamento da origem de produtos, enquanto a DHL utiliza blockchain para monitorar cargas sensíveis, como medicamentos.
No setor de saúde, o blockchain garante segurança e privacidade de dados médicos críticos, que vêm sendo alvo crescente de ataques cibernéticos nos últimos anos. A tecnologia permite o uso da criptografia para maior segurança dos dados de prontuários médicos, na autenticação de medicamentos e credenciamento de profissionais.
Governança digital e setor público
Algumas entidades públicas já utilizam o blockchain para monitorar compras públicas e otimizar licitações, aumentando a transparência governamental. O TCU implementou blockchain para selagem de licitações, enquanto o BNDES desenvolve a Rede Blockchain Brasil para compartilhamento seguro de informações entre órgãos públicos.
Contratos inteligentes são programas que automatizam processos quando as condições predeterminadas são atendidas. Aplicados em diversos setores como imobiliário, seguros e saúde, eliminam intermediários e reduzem custos. Podem por exemplo, liberar pagamentos automaticamente após a confirmação de uma entrega de mercadorias.
A tecnologia blockchain também vem transformando o ecossistema de pagamentos.
Uma transação internacional realizada por um banco tradicional pode ser liquidada em dias ou semanas, de acordo com o destino dos fundos, os intermediários, e diversos outros fatores, como feriados bancários, por exemplo. Os custos transacionais também são imprevisíveis, devido a variedade de intermediários, e não existe muita visibilidade sobre o status da transação.
Com o uso de stablecoins, que operam sobre a infraestrutura do blockchain, os intermediários são eliminados, os custos são drasticamente reduzidos, e as transações ganham transparência total. Além disso, os pagamentos podem ser processados em minutos, todos os dias da semana, inclusive em feriados e fins de semana, trazendo muito mais agilidade para operações cross-border.
Essa agilidade e redução de custos impactam diretamente nas operações corporativas e no comércio internacional, pois traz maior economia e liquidez para negócios.
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Blockchain é uma tecnologia de registro distribuído que armazena informações em blocos encadeados, criando um livro-razão digital descentralizado e inalterável. Ela funciona através de uma rede de computadores que valida e registra transações de forma segura e transparente, sem a necessidade de uma autoridade central.
Existem quatro tipos principais de blockchain: pública (aberta e totalmente descentralizada), privada (controlada por uma entidade), permissionada (com acesso controlado) e de consórcio (gerenciada por múltiplas organizações). Cada tipo tem características específicas e é adequado para diferentes aplicações.
As principais vantagens do blockchain incluem maior segurança e transparência nas transações, redução de custos operacionais, eliminação de intermediários, a impossibilidade de alteração dos registros e a possibilidade de automação de processos através de contratos inteligentes.
O blockchain tem o potencial de revolucionar o setor financeiro através das finanças descentralizadas (DeFi), permitindo transações mais rápidas e baratas, empréstimos automatizados, e a criação de novos produtos financeiros.