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O que é IOF: Tudo sobre o Imposto Sobre Operações Financeiras

Aprenda os conceitos do IOF, como ele impacta as transações financeiras no Brasil e qual é seu papel na regulação e tributação no país.

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November 28, 2025
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O IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) vem sendo tema de discussão frequente nos últimos meses, muito devido às mudanças trazidas pelo governo federal brasileiro neste tributo, que impactam diretamente pessoas e empresas. É um tema que é de relevância tanto nacional quanto internacional, uma vez que também afeta negócios internacionais que operam no Brasil. 

O IOF é um tributo que incide sobre diversas operações financeiras realizadas no Brasil, como operações de crédito, câmbio, seguros, investimentos e valores mobiliários, com alíquotas variadas conforme o tipo de transação. Entender o IOF é fundamental para um planejamento preciso, bem como ter clareza sobre esse importante elemento do ecossistema financeiro do Brasil.

Neste artigo, iremos explorar:

O que é IOF e qual é a sua função

O IOF é um instrumento do sistema tributário brasileiro que nasceu no ano de 1966, e tinha incidência inicialmente apenas sobre operações de crédito e seguro. Após a Constituição de 1988, sua abrangência foi ampliada para incluir também operações de câmbio, de títulos e valores mobiliários.

Diferentemente da maioria dos impostos, o IOF possui uma característica única: suas alíquotas podem ser modificadas por decreto presidencial e entrar em vigor instantaneamente. Esta flexibilidade faz dele uma ferramenta fundamental para ajustes rápidos na política econômica, especialmente para controle da inflação.

Além da função arrecadatória, o imposto também permite ao governo monitorar o volume e perfil das movimentações financeiras, como crédito, transações internacionais, entre outras operações.

Onde o IOF é cobrado no dia a dia

No cotidiano financeiro, encontramos o IOF em múltiplas transações. Veja os principais tipos de operação onde existe a incidência deste imposto.

Crédito e Empréstimos

  • Empréstimos e financiamentos concedidos por bancos ou instituições financeiras.
  • Cartões de crédito nacionais: uso de crédito rotativo, parcelamento da fatura.
  • Cartão de crédito internacional: Compras no exterior ou em diferente moeda, saques fora do Brasil ou parcelamento da fatura em moeda estrangeira. 

Câmbio e Transferências Internacionais

  • Compra de moeda estrangeira em espécie.
  • Transferências internacionais (remessas de dinheiro para outros países).
  • Compra de cartões pré-pagos em moeda estrangeira e uso do cartão de débito em diferente moeda. 

Nota: IOF varia conforme se trata de câmbio comercial (para importações e exportações) ou financeiro (transferências, investimentos ou turismo).

Investimentos

  • Operações de renda fixa e títulos (CDB, LC, fundos de investimento com incidência de IOF regressivo).
  • Resgates de curto prazo (menos de 30 dias) têm alíquota regressiva diária.

Seguros

  • Prêmios de seguros, como seguro de vida ou de automóveis.

IOF 2025: Como ficou após as mudanças?

Em 2025, o IOF permaneceu em destaque na mídia e no ambiente corporativo, após as mudanças anunciadas pelo governo em maio, que foram inicialmente revogadas e depois implementadas com algumas alterações no mês de julho. Diante de tantas idas e vindas, surgiram muitas dúvidas sobre qual é a alíquota vigente para as operações sujeitas ao IOF.

Confira as alíquotas vigentes após as alterações:

O governo brasileiro manteve uma separação rígida entre o que é comércio exterior (Importação e Exportação) e o que é movimentação financeira (Dinheiro e Serviços).

Enquanto o IOF para uma remessa internacional entre contas de uma mesma empresa subiu para 3,5%, o IOF para empresas que importam e exportam permaneceu zerado na maioria dos casos, para não gerar inflação interna.

Algumas dicas para reduzir os efeitos do IOF no seu negócio

As alíquotas do IOF impactam diretamente no planejamento financeiro de pessoas e empresas e algumas das alterações recentes representam uma diferença significativa que pode afetar o fluxo de caixa. 

Vemos um cenário em que o financiamento e a antecipação de recebíveis ficaram mais caros, bem como as compras internacionais e investimentos também foram afetados. Portanto, é importante conhecer algumas estratégias práticas para mitigar os efeitos do IOF na liquidez do seu negócio.

Gestão de Tesouraria Global

Gerenciar contas e recebíveis diretamente em moeda estrangeira é uma estratégia crucial para evitar custos desnecessários de conversão e o acionamento de eventos tributáveis. Ao manter fundos na moeda original, a empresa cria um hedge natural e utiliza esses recursos para obrigações internacionais futuras sem converter de volta para a moeda local. 

💡As soluções de contas virtuais da Conduit são essenciais para essa abordagem, fornecendo uma infraestrutura robusta para a gestão de tesouraria global que permite às empresas manter, gerenciar e alocar saldos em multimoedas de forma eficiente, evitando assim a exposição cambial e tributária repetida.

Estratégia de Pagamento 

Ao comprar produtos e serviços corporativos, é fundamental buscar formas de pagamento com menor incidência de IOF. Por exemplo, optar por pagar via invoice internacional (remessa) referente a um contrato de importação de serviços, em vez de usar um cartão de crédito corporativo, pode reduzir drasticamente a carga tributária de 3,5% para 0,38%, ou até 0% em casos específicos. 

💡A plataforma de contas a pagar da Conduit foi projetada especificamente para facilitar essa otimização. Além da possibilidade de reduzir a exposição ao IOF permitindo pagamentos eficientes de invoices, a plataforma também reduz significativamente os custos transacionais e otimiza as margens, garantindo que os pagamentos cross-border sejam os mais econômicos possíveis.

Controle da Volatilidade

Em um cenário onde as taxas de impostos e de câmbio flutuam, controlar a volatilidade é primordial para a estabilidade financeira. As empresas devem adotar mecanismos de proteção (hedge) proativos para travar custos e proteger as margens de lucro contra desvalorizações cambiais repentinas ou ajustes tributários regulatórios. 

Isso envolve o monitoramento cuidadoso da exposição cambial e o timing das remessas para garantir que o negócio não seja pego desprevenido por condições de mercado desfavoráveis e que ainda aumentam o custo de impostos como o IOF. 

Investimentos

Para empresas com liquidez no Brasil, prestar atenção à tabela regressiva do IOF em investimentos de renda fixa é essencial. Como o imposto incide pesadamente sobre resgates de curto prazo (diminuindo de 96% para 0% ao longo de 30 dias), um planejamento eficiente de fluxo de caixa deve priorizar a manutenção dos ativos por pelo menos 30 dias para obter isenção fiscal total sobre os rendimentos. Para investimentos internacionais, garantir que as remessas sejam classificadas corretamente, também pode evitar o pagamento de taxas mais altas.

IOF sobre os pagamentos com stablecoins

O mercado de ativos digitais vive um momento de transformação com a implementação das novas resoluções do Banco Central do Brasil voltadas para as Prestadoras de Serviços de Ativos Virtuais (Virtual Assets Service Providers ou VASPs), lançadas em novembro deste ano.

É fundamental compreender que, neste primeiro momento, essas normativas possuem um caráter estritamente regulatório e de compliance, focadas na prevenção à lavagem de dinheiro e na identificação das partes envolvidas nas transações. O objetivo atual é dar visibilidade ao regulador sobre o fluxo de capitais e garantir que as prestadoras operem com padrões de governança similares aos das instituições financeiras tradicionais, sem alterar imediatamente a estrutura de impostos vigente para a compra do ativo em si.

Atualmente não há a incidência de IOF nas transações internacionais por infraestrutura de stablecoins. No entanto, não é descartado que em breve a normativa seja ampliada para o âmbito tributário, e que haja a incidência de IOF sobre a liquidação de pagamentos com stablecoins, equiparando com as operações de câmbio tradicionais. 

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Perguntas Frequentes sobre IOF - FAQs

O que é o IOF?

É o Imposto sobre Operações Financeiras, um tributo brasileiro que incide sobre operações de crédito, câmbio, seguros, investimentos e valores mobiliários.

Qual é a função do IOF?

Além da função de arrecadação, ele atua como uma ferramenta regulatória da economia (controle da inflação) e permite ao governo monitorar o volume e o perfil das movimentações financeiras no país.

Como reduzir os efeitos do IOF?

Adotando estratégias como: realizar gestão de tesouraria global (mantendo saldo em moeda estrangeira), substituir o uso do cartão de crédito corporativo por pagamentos via invoice (remessa), fazer hedge para controle de volatilidade e respeitar o prazo de 30 dias em resgates de investimentos de renda fixa.

O IOF incide sobre os pagamentos com stablecoins?

Atualmente não, pois as normas recentes têm caráter apenas regulatório, e não tributário. No entanto, há expectativa de que o imposto passe a incidir em breve para equiparar essas operações ao custo tributário do câmbio tradicional.